Nesta semana, tem início a 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no Parque da Água Branca, região oeste da cidade de São Paulo. A feira, que acontece entre os dias 22 e 25/10, conta com a presença de mais de 500 agricultores de 23 estados do país. Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a feira irá visibilizar e impulsionar o acesso dos paulistanos a alimentos a preços populares, produzidos em cooperativas nas áreas de assentamentos de todas as regiões do país.

A produção das e dos assentados, baseada na coletividade e na soberania alimentar, é de grande relevância por seus métodos alternativos e garante às mulheres autonomia econômica. São diversas as experiências das mulheres do MST por todo o Brasil com alternativas sustentáveis e orgânicas, que alteram não apenas a lógica da produção e do consumo, mas também da organização de suas vidas, com mais autonomia e emancipação.

Além disso, os alimentos produzidos são livres de agrotóxicos, venenos produzidos por transnacionais que, além de serem contraindicados por questões de saúde, também são um obstáculo para a redistribuição de terras. Segundo Salete Carollo, do MST-RS, em convite para a feira, “a produção de alimentos saudáveis faz parte da organização da produção dos assentamentos”, sendo, portanto, indissociáveis o direito à terra e a soberania alimentar.

A Feira pretende ampliar o diálogo entre o povo do campo e da cidade, mostrando na prática a importância e a necessidade da reforma agrária não apenas para as e os trabalhadores sem-terra, mas para toda a população brasileira.

Faz parte da feira uma extensa programação cultural, com apresentações de cantadores e violeiros, shows de Pereira da Viola (24), Chico César (24), Ilú Obá de Min (25) e Zé Geraldo (25), e seminários sobre agroecologia, direito à terra, comunicação e muito mais. Na sexta-feira (23) durante a tarde, acontece o Ato Público em Defesa dos Alimentos Saudáveis e o lançamento do Caderno de Agroecologia. A feira termina no domingo (25), com um ato político de encerramento contra o agronegócio e pela reforma agrária.

A programação está disponível no evento da Feira:

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