A SOF publica hoje em seu canal no YouTube a série de vídeos “Cultivar a vida em movimento”. Em três vídeos de 15 a 20 minutos cada, acompanhamos conversas inspiradoras entre mulheres militantes feministas do Brasil, Chile, Guatemala, México, Paraguai, Uruguai e Venezuela. As convidadas compartilharam reflexões e experiências locais de organização e construção de alternativas feministas ao agronegócio, às crises sistêmicas e ao neoliberalismo.

Os vídeos dão continuidade à proposta do livro da SOF de mesmo nome, “Cultivar la vida en movimiento: experiencias de economía feminista en Latinoamérica”, publicado em espanhol em 2020. A publicação reúne nove textos que relatam os aprendizados, os desafios e as contribuições de experiências de economia feminista em oito territórios diferentes do continente.

No primeiro vídeo, sobre agroecologia, reunimos Carmen García, Cony Oviedo, Miriam Nobre e Sheyla Saori. Carmen contou sobre o processo de construção do Mercadito Flor de Luna, um mercado solidário que articula produtoras rurais do estado de Jalisco, no México. Cony compartilhou os desafios que as agricultoras enfrentam em um Paraguai tomado pelo monocultivo, e trouxe a experiência das escolas de formação e dos processos de comercialização. Sheyla e Miriam contaram sobre a resistência das mulheres agricultoras e quilombolas do Vale do Ribeira, em São Paulo, contra projetos de economia verde e financeirização da natureza.

Em seguida, no vídeo sobre solidariedade e construção de movimento, Adriana Vieira, Alejandra Laprea e Corina Muñoz falaram sobre as respostas das mulheres à crise no Brasil, Venezuela e Chile, respectivamente. Adriana falou sobre as dificuldades enfrentadas durante a pandemia sob o governo de Bolsonaro. Alejandra trouxe para o debate como a organização em comunidades é crucial para sustentar a vida e para enfrentar o bloqueio econômico imperialista vivido na Venezuela. Corina Muñoz falou sobre as marcas do neoliberalismo e sobre a importância da resistência popular, da mobilização massiva e do papel das mulheres na organização das lutas.

No último vídeo, Karin Nansen, Nalu Faria e Tita Godínez conversam sobre suas perspectivas sobre a economia feminista. Demarcaram a relação da economia feminista com a luta por justiça ambiental e pelo desmantelamento das empresas transnacionais. A economia feminista e o enfoque na sustentabilidade da vida são, para elas, uma aposta política na ruptura com o sistema atual e na abertura para outras cosmovisões e modos de vida.

Esses vídeos foram realizados com apoio da Fundação Heinrich Böll Cone Sul.