O artigo “Caminhos e desafios do movimento feminista na luta contra a violência contra a mulher”, de autoria de Nalu Faria e Maria de Lourdes Góes Araujo, integra o livro “Trilhando caminhos no enfrentamento à violência contra as mulheres”, publicado em 2019 pela Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE). Clique aqui para ler o artigo na íntegra.

 

“O feminismo foi o movimento social que denunciou a violência contra as mulheres como consequência da opressão às mesmas, como parte do sistema patriarcal. A violência contra as mulheres, pelo fato de ser perpetrada contra mulheres, era visto como algo naturalizado, parte do destino de ser mulher e do âmbito privado. A expressão “em briga de mulher e homem não se mete a colher” é bastante exemplar dessa questão. As denúncias feministas desnaturalizaram a violência e a colocaram como um tema que deve ser tratado publicamente no âmbito dos direitos das mulheres a uma vida sem violência. Nesse processo, foi construído um amplo e vigoroso movimento de mulheres e o tema da violência, que antes era pouco assumido por elas, foi se tornando um tema público, no qual cada vez mais as mulheres reconhecem suas diversas manifestações. Assim, construiu-se a compreensão de que a violência não é um fenômeno isolado e individual de um homem contra uma mulher, mas sim um instrumento de controle e disciplina do corpo, da vida e do trabalho das mulheres na sociedade capitalista.”