Mais 3 mil Mulheres estarão nas ruas de São Paulo para marcar o 8 de Março, em uma manifestação estadual convocada por 102 organizações feministas e por mulheres dos movimentos sociais. A manifestação vem não só para denunciar o capitalismo verde, a mercantilização do corpo e da vida das mulheres, a política higienista, tirânica e racista do município e governo de São Paulo que tem atuado de forma violenta no despejo das sem-teto do centro de São Paulo, em São José dos Campos e na região da Cracolândia, como também a militarização da sociedade; a violência contra as Mulheres; a acomodação do governo de São Paulo em implementar as políticas de enfrentamento a violência contra a mulher; a falta de políticas de criação e ampliação do número de creches; o retrocesso das políticas públicas de atenção à saúde da mulher com a Mãe Paulista, a Rede Cegonha e a Medida Provisória 577/2011. Além das denúncias, as Mulheres vão às ruas também para exigir e reivindicar seus direitos, em luta por Autonomia, Igualdade, Direito ao trabalho e preservação da vida e da natureza; pelo Fim da Violência contra a Mulher e pela Implementação da Lei Maria da Penha; pelo Direito de Decidir sobre o Nosso Corpo com prevenção e atenção à saúde da Mulher; por uma Educação com qualidade em horário integral, não-sexista, não-racista e não-lesbofóbica; por Moradia digna na Cidade e Reforma Agrária; pela Luta das Mulheres em todo mundo em solidariedade às mulheres Palestinas e Haitianas. A concentração da passeata será às 14hs na Praça da Sé com encerramento na Praça da República.

Na Paraíba, a MMM fez atividades com o movimento estudantil e demais movimentos de mulheres no dia 7 de março, com uma intervenção urbana. No dia 8, a partir das 8h da manhã as mulheres estarão nas ruas em um ato político e cultural, com concentração no parque Sólon de Lucena. Os principais eixos de reivindicação são: Políticas públicas para as mulheres: pela criação da Secretaria do Estado de políticas públicas para as mulheres e efetivação do Juizado especial para casos de violência contra a mulher; Combate à violência contra a mulher; pela saúde integral da mulher; contra o agronegócio, os agrotóxicos e as alterações no código florestal; contra a homofobia e o racismo, contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres e pela valorização do trabalho, com a socialização do trabalho doméstico e de cuidados. As 16h, haverá uma mesa redonda sobre o 8 de março na universidade e, pela noite, uma atividade cultural com a batucada feminista e o grupo de capoeira de mulheres da UFPB.

No pólo sindical de Borborema, a manifestação prevê a participação de 2.500 mulheres na 3ª Marcha pela Vida das mulheres e da Agroecologia em esperança

Em Minas Gerais, as mulheres realizam um grande ato público na região central de Belo Horizonte. A manifestação sairá da Praça da Estação, com a concentração às 15hs, com a participação de cerca de mil manifestantes. As reivindicações giram em torno de três grandes temáticas: Violência, Educação Infantil e Nosso Corpo nos Pertence. O eixo da Violência engloba a luta contra a violência sexista e doméstica sofrida pelas mulheres, a desigualdade salarial, o assédio sexual e moral no trabalho. Também denuncia o descaso dos governos com moradia, saúde e educação, a violência do Estado contra as mulheres pobres e negras e das grandes empresas do agronegócio contra as mulheres camponesas. A Educação Infantil é outra temática reivindicada pelas mulheres, que exigem a universalização das creches públicas e a valorização das educadoras. Em Belo Horizonte, falta vagas nas unidades públicas para 80% das crianças de 0 a 6 anos. No interior de Minas, a situação ainda é pior. Muitas cidades sequer possuem educação infantil pública e milhares de escolas do campo foram fechadas nos últimos 8 anos. Outro eixo do 08 de março deste ano é Nosso Corpo nos Pertence, que reivindica a autonomia das mulheres sobre seu corpo e evidencia a mercantilização do corpo e vida das mulheres. Em dezembro de 2011, a presidenta Dilma editou a Medida Provisória 557 (MP 557), que prevê o cadastramento das grávidas no atendimento de saúde, como forma de controlar o pré-natal e a morte durante a gravidez. As mulheres organizadas e o movimento feminista de Minas Gerais se manifestam contra a MP 557, que não representa nenhuma melhoria concreta na vida das mães trabalhadoras, nem na saúde da mulher. Considerando que o aborto clandestino é a terceira causa da mortalidade materna no país, reivindica-se a suspensão da MP 557, que abre margem para restringir, ainda mais, a autonomia das mulheres sobre seus corpos e exige-se ações efetivas que possam incidir nos índices tão persistentes de mortalidade materna.

Em Pernambuco, as mulheres prepararam o 8 de março com o Bloco Marcha Mulher, que se reúne todos os domingos nas Ladeiras de Olinda, no Quintal Coletivo, e ensaia a música da MMM “No Batuque do Tambor”, em ritmo de Maracatu.

A programação no Rio Grande do Sul também começou antes do dia 8. Entre os dias 5 e 9 de março, as companheiras da MMM se somam à Jornada de Lutas da Via Campesina nas cidades de Palmeira das Missões, Santa Cruz e na região metropolitana de Porto Alegre. Na Região Metropolitana devem concentrar em torno de mil mulheres. Os temas que farão parte das formações serão: violência, transgênicos e agrotóxicos (contaminação do leite materno), trabalho e creche.

No dia 7 de março, a MMM participa de uma atividade do Dieese com a CUT. No dia 9, o Sintrajufe realiza uma atividade cultural com a pauta feminista. Ainda no mês de março, dia 20, será realizado, no CAFF, o debate Aborto: crime ou direito? E, no dia 26, a atividade Ecologia e Soberania Alimentar: uma defesa feminista na Rio +20 contra a privatização da água, contra os agrotóxicos e contra a economia verde.

Em Canoas, farão uma grande marcha no dia 8. Em Caxias do Sul, as gurias da MMM estão pautando neste 8 de março a legalização do aborto, a autonomia econômica e as creches, a educação não sexista e não homofóbica. Em Santa Cruz, as companheiras estão construindo duas atividades com as mulheres rurais: dia 08 com a FETAG e dia 9 com a Via Campesina. O movimento urbano está com atividade para ler poesias no ônibus dia 08, dia 07 inaugura a casa de acolhida de mulheres vitimas de violência.

O Fórum em defesa da Água Pública está propondo uma atividade, no dia 08 de março, às 19h na Câmara de Vereadores. Elaborarão um documentos em defesa da água publica: Pela aprovação da PEC, pela defesa do Lago Dourado (reservatório de água).

Em Rio Grande, no dia 10, haverá um debate sobre Ecologia e Feminismo, na comunidade Quinta. As militantes da MMM também organizarão uma atividade sobre soberania alimentar, dando ênfase aos produtos orgânicos, e a importância da agricultura familiar.

No Distrito Federal, a MMM fará um ato na Estrutural, com enfase na pauta das creches. Em Aracajú (SE), foi organizado um café da manhã preparatório ao 8 de março, com o sindicato dos bancário. No dia 8 se realiza uma caminhada contra a violência, a partir das 8h30, com concentração na Praça Santa Izabel e encerramento na Fausto Cardoso.

Na Bahia, as atividades da MMM no 8 de março estão vinculadas com o movimento estudantil, e serão realizadas na Universidade Federal da Bahia/ campus Salvador e Vitória da Conquista e na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/ campus Jequié. As atividades são relacionadas ao debate de Mulheres no poder.

No Tocantins, no dia 6 foi realizada uma marcha em conjunto com movimentos da Via Campesina, MMM, DCE/UFT, com destino à Assembleia Legislativa, onde foi feita uma vigília a noite, com rodas de conversas e atividades culturais. Foi entregue uma pauta de reivindicações das mulheres rurais aos parlamentares. Entre as principais questões estão: o rechaço as alterações no código florestal, a liberação do credito apoio mulher pelo INCRA e agilidade na reforma agrária, o enfrentamento à violência contra as mulheres do Campo de da Cidade, e a luta por autonomia econômica.

Haverá o ato “Construindo uma sociedade feminista” na UFT, dia 21 de março e, nos dias 29 e 30, a segunda edição do Primavera sem Flores: Mulheres Transformando a Universidade, Araguaina.

Em Parintins (AM), as mulheres ocuparão duas emissoras de rádio para apresentar ações da Marcha e debater sobre as demandas locais: violência, prostituição, aborto, tráfico de adolescentes, exploração sexual de crianças e adolescentes, a mulher no foco da publicidade.

No Paraná, o 8 de março tem uma extensa programação com o eixo: Mulheres do campo e da cidade em defesa da justiça social e ambiental. A concentração está marcada para as 9h na Praça Santos Andrade, com ensaio da batucada feminista. Haverá um primeiro ato sobre educação, cultura e diversidade/ trabalho das mulheres, poder dos homens/ previdência, na escadaria na UFPR, na Praça Santos Andrade. O segundo ato, as 11h15, será na esquina dos marechais, e tem como eixo saúde e direitos sexuais e reprodutivos, mercantilização do corpo das mulheres e combate à violência. O terceiro ato será as 12h30, e tem como tema a luta por soberania alimentar, contra os agrotóxicos, por justiça ambiental e a questão das mulheres frente aos megaeventos, e será na Boca Maldita. Na parte da tarde, será entregue aos gestores do Estado e ao Ministério Público, a Pauta de Reivindicações do Movimento Feminista, incluindo as deliberações da III Conferência Estadual de Políticas para Mulheres, com destaque à reivindicação de criação da Secretaria de Políticas para Mulheres no Estado do Paraná.

No Pará, a MMM se soma ao conjunto dos movimentos feministas na luta por autonomia e liberdade, contra o machismo, o racismo, o agronegócio, a mercantilização dos bens da natureza e a usurpação dos territórios dos povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais na Amazônia. Irão denunciar o desmonte da politica de Atenção Integral a Saúde da Mulher, os inúmeros casos de violência contra as mulheres, e demandar a legalização do aborto. O ato, com eixo: Nosso corpo, nossa autonomia, nosso território, se inicia no Largo do Redondo, as 9h30.

Em Rondonia, as mulheres estarão nas ruas dos municípios de Alvorada Do Oeste, Ji Parana, Presidende Medici, Seringueira, Urupa, Rolim de Moura, Ministro Andreazza. No dia 9, as mulheres de São Miguel e Novo Horizonte saem às ruas. Sábado, dia 10, é o dia de manifestação em São Francisco.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!