Veja as atividades que ocorreram ao longo do ano de 2023 nos territórios da Barra do Turvo – Vale do Ribeira e da Zona Leste e Oeste da cidade de São Paulo.

A comercialização solidária e feminista dos produtos da RAMA foi foco de destaque neste ano. Em dez entregas ao longo do ano foram comercializados quase 210 mil reais de produtos de 70 agricultoras da Barra do Turvo no Vale do Ribeira. Ocorreram encontros presenciais da rede solidária de comercialização, entre eles, o 7° Intercambio da Rede Solidária de Comercialização na Barra do Turvo com representantes dos 11 grupos da RAMA e dos 17 grupos de consumo e institutos. Foi também durante o intercâmbio que a rede se nomeou como Esparrama.

Foram realizados trabalhos nos territórios das mulheres participantes da RAMA e reafirmaram a aliança entre as agricultoras e as pessoas que também garantem a comercialização dos produtos na cidade. O espaço do intercambio cotectou as lutas territoriais do Brasil todo, veja o vídeo gravado ao final do encontro a respeito do Marco Temporal que estava em debate no Supremo Tribunal Federal:

A Marcha das Margaridas que ocorreu em agosto de 2023 em Brasília deixou seus passos no Espaço Cultural Monte Kemel. A horta do espaço foi retomada e os mutirões de manutenção acontecem junto as feiras agroecológicas mensais da RAMA. Veja aqui como é um dia de mutirão na horta junto com a feira agroecológica no espaço.

Além dos grupos de consumo e dos institutos, as feiras realizada no Espaço Cultural Monte Kemel e barraquinha da RAMA na feira da Associação de Mulheres da Economia Solidária Feminista – AMESOL também são formas de acessas os produtos da RAMA.

O ciclo de formação Alternativas Feministas e Agroecológicas apresentou uma perspectiva feminista sobre a sociedade, assim como as alternativas desenvolvidas pela organização das mulheres e jovens na construção da agroecologia. Participaram da organização desse processo a SOF, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo IFSP campi São Miguel Paulista e Registro e a Rede das Agricultoras Paulistanas Periféricas Agroecológica – RAPPA.

Com 6 encontros virtuais e 4 saídas de campo, o ciclo ocorreu entre abril e novembro de 2023. Durante esse período, a formação foi organizada em três módulos com temáticas diferentes, utilizando uma metodologia em que os encontros virtuais apresentaram os temas, as saídas de campo, as experiências nos territórios, finalizando com um encontro virtual para partilhar as elaborações a partir vivências.

Para mais informações sobre o Ciclo de formação ver matéria aqui.

As organizações promotoras do Ciclo o avaliaram de forma bastante positiva e já começaram a preparar uma nova edição em 2024 aperfeiçoada pelos aprendizados da primeira e envolvendo outros parceiros.

Módulo 1

Fundamentos e inter-relação entre agroecologia e feminismo

Saída de campo no Vale do Ribeira para conhecer a experiência da Rede Agroecológica de Mulheres Agricultoras da Barra do Turvo – RAMA.    

“Foi como tirar uma venda dos meus olhos”, partilhou uma participante, ao descrever como foi compreender o trabalho necessário para que os alimentos e produtos agroecológicos cheguem até a mesa.  

Módulo 2

Políticas públicas de fortalecimento da agroecologia e das mulheres agricultoras

Saída de campo no território da Zona Leste da cidade de São Paulo para conhecer a Horta Sabor da Vitória, e Horta da Mata e a experiência das Mulheres do Gau (Grupo de Agricultura Urbana).

Ao fim do campo as pessoas participantes pretaram solidariedade a resistência do acampamento Comuna Irmã Alberta do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST que sofre ameaça de despejo do governo do estado de São Paulo.

Módulo 3

Comercialização solidária para garantir soberania alimentar

Saída de campo no território da Zona Oeste da cidade de São Paulo para conhecer a experiência de solidariedade realizada por uma escola particular da região que durante a pandemia comprou da Cooperquivale e segue distribuindo alimentos em uma comunidade próxima, a comercialização da Feira Agroecológica das Mulheres do Butantã e do Instituto Baru.

O ciclo de encerrou com a quarta ida à campo na terra Indígena Tenondé-Porã em São Paulo. As experiências dessa formação apresentam a diversidade de lutas e resistências presentes nos territórios quilombolas, indígenas, periféricos, urbanos e rurais presentes nas regiões visitadas. 

Quais caminhos construir frente ao colapso ecológico? Quais pistas a auto-organização das mulheres podem nos apresentar frente a essa crise?

O Apurando horizontes feministas sobre o colapso ecológico foi uma experiência de elaboração coletiva que pôs em questão esses e outros dilemas sobre a nossa relação com a natureza. Elaborar perguntas nos ajuda a concretizar respostas e ir além: construir caminhos que partam de diferentes territórios em luta feminista para consolidar nossas resistências.

Foram 5 encontros virtuais que reuniram lideranças de movimentos sociais e da Marcha Mundial das Mulheres. Com organização da SOF, os encontros abordaram os temas:

  • Horizontes feministas no debate ecológico
  • Horizontes anticoloniais e antirracistas no debate ecológico
  • A questão da biodiversidade em disputa
  • A questão climática em disputa
  • Contexto brasileiro e construção da agenda dos movimentos sociais

Cada encontro teve como metodologia a socialização de leituras e apresentação dos pontos principais, a partilha de reflexões a partir do diálogo das experiências nos territórios e o texto.

As reflexões foram aprofundando o tema durante o ano e resultou em uma publicação sistematizada por Natália Lobo em breve disponível no site da SOF.

A oficina Mulheres em marcha: natureza, territórios e soberania aconteceu nos dias 10 e 11 de novembro de 2023 e reuniu em São Paulo 45 militantes da Marcha Mundial das Mulheres de 20 estados do Brasil.

Na oficina foram resgatados os acúmulos políticos da MMM no debate sobre clima e natureza, debatidas perspectivas feministas e antirracistas sobre a natureza e como estas se concretizam nas disputas em torno a biodiversidade e justiça climática.

As discussões orientam o acompanhamento da MMM do seguimento da Marcha das Margaridas nas negociações com o governo federal e na organização das mulheres frente a ameaças nos territórios e a participação do movimento na organização de uma Cúpula dos Povos frente a COP30 prevista para acontecer em Belém em 2025.

Logo em seguida, em 17 de novembro as posições construídas coletivamente foram expressas no debate entre movimentos sociais e o ministro da Fazenda Fernando Haddad e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva sobre o Plano de Transformação Ecológica do Governo Federal.

Para saber mais, veja o documento síntese da oficina organizada no documento de posicionamento “Mulheres em marcha: pela natureza, territórios e soberania popular”

Todas as atividades descritas dessa notícia teve apoio da Fundação Rosa Luxemburgo. A comercialização da RAMA também integra atividades apoiadas por EFI Espace Femmes International/FGC Féderation Genevoise de Coopération