Esta publicação se origina da roda de conversa “O protagonismo das mulheres quilombolas”, organizada pela Associação Paulista de Extensão Rural (APAER) em 27de julho de 2020 com o apoio do coletivo Sementeia, do Fórum de Economia Solidária da Baixada Santista e da SOF Sempreviva Organização Feminista. Realizada logo depois do 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha (e, no Brasil, Dia Nacional de Tereza de Benguela e Dia da Trabalhadora e do Trabalhador Rural), essa roda de conversa virtual reuniu mais de 150 pessoas para resgatar aprendizados e organizar a resistência na defesa de políticas públicas, cuja construção contou com enormes contribuições das mulheres negras rurais.
Esta publicação resgata a fala das convidadas Edvina Braz, Vanessa de França, Nilce Pontes e Miriam Nobre, que foram chamadas a responder às perguntas: as políticas públicas que beneficiam comunidades rurais favorecem o protagonismo das mulheres quilombolas? Qual é a visão e como é a participação das mulheres em programas como o Microbacias II, PNAE, PAA, PPAIS e outras políticas acessadas pelas comunidades?
A publicação resgata também as contribuições de Maria Cláudia Blanco, Débora Barizão e Kellen Junqueira na abertura, comentários e síntese. As falas foram reorganizadas e um pouco editadas para facilitar sua leitura, com o compromisso de que os inúmeros agradecimentos fossem aqui destacados: às pessoas que participaram da conversa e muito especialmente à comissão que a organizou, formada por Alcielle dos Santos, Antônio Marchiori, Abelardo Pinto, Débora Barizão, Kellen Junqueira, Newton Rodrigues, Taís Canola e Tiago Marques.
A conversa foi tão intensa e instigadora que, mal havia acabado, já tínhamos vontade de que ela não se perdesse. Relendo as falas, percebemos o quão premonitórias se tornariam frente ao ataque às instituições públicas que prestam serviços à população, em particular à Fundação ITESP, com a ameaça de extinção de fundações, autarquias e empresas e de venda de patrimônio público, entre outras medidas contrárias ao povo previstas no Projeto de Lei 529/2020 apresentado pelo governo Dória à Assembleia Legislativa. Por esta razão, anexamos a esta publicação a Carta aberta sobre os desmontes do governo Dória – Em defesa de uma extensão rural pública e feminista, elaborada pelas ativistas Débora Barizão, Flávia Bigai e Raquel Rizzi. Independente do resultado da votação, esse processo de luta tem nos ensinado muito sobre a aliança entre trabalhadoras e trabalhadores das instituições e população na defesa dos serviços públicos.
Acreditamos que essas falas atravessam tempos e reafirmam a necessidade de resistir para existir. É uma resistência que se assenta em nossos corpos e nossas memórias para abraçar comunidades em luta por territórios livres.
Para acessar a publicação na íntegra, clique aqui.
Trackbacks/Pingbacks