A nova publicação virtual da SOF Sempreviva Organização Feminista, São Paulo desigual: análises feministas sobre trabalho, gênero e raça, está disponível gratuitamente. Para baixar, clique aqui.


São Paulo é uma cidade desigual. E, para entender como a desigualdade se manifesta, analisamos os dados sobre trabalho e rendimentos do 3º trimestre de 2019 da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar) Contínua do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em diálogo com Marilane Teixeira (economista feminista que nos apoia muito nos caminhos da análise sobre o trabalho), identificamos variáveis interessantes para verificação, e contamos com o apoio de André Krein no tratamento dos microdados. Comparamos estes dados municipais com os do 3º trimestre de 2012 para perceber mudanças ao longo do tempo; e também com dados do Brasil para, assim, entender melhor a dinâmica própria da cidade.

Foi assim que a leitura dos dados nos impôs escutar as mulheres. Convidamos companheiras nossas da AMESOL (Associação de Mulheres da Economia Solidária do Estado de São Paulo) e da Marcha Mundial das Mulheres para conversar sobre o trabalho e a vida a partir de suas próprias experiências. Agradecemos, portanto, a Ana Amalia, Maria Ortencia, Edna, Cassia, Madalena, Elaine, Dinah e Rosana, por compartilharem conosco suas histórias, que nos trazem mais do que apenas a realidade desigual que caracteriza São Paulo hoje: colocam também a garra e a luta que nos faz ter certeza de que tudo pode ser diferente.

Os dados também nos levaram a observar a realidade da juventude em São Paulo, e por isso convidamos algumas companheiras jovens da Marcha Mundial das Mulheres para fazer uma elaboração coletiva sobre o assunto. Por isso, obrigada, Brendha Ferreira, Camila Zuca, Fabiana Oliveira, Helena Zelic e Natália Lobo.
Entre números no plural e vidas no singular, organizamos três textos para debate: “Me sinto uma folha solta: trabalho e conta própria na cidade de São Paulo”, “O cotidiano do trabalho de cuidado: práticas e tensões” e “Sempre no limite: uma reflexão feminista sobre o trabalho e a vida da juventude em São Paulo”.