O dia foi intercalado com animações dos diversos países presentes, com destaque para as companheiras Africanas que conseguem transmitir nossas lutas através das suas canções. Também marcaram nosso dia as denúncias do perigo do capital ao redor do mundo, e socialização de lutas.

Através de divisão de grupos por idiomas conseguimos visualizar, como desejamos a marcha em 2015; quais seus desafios;estratégias e ações concretas. A MMM do Brasil se reuniu com o idioma castelhano, junto com outros nove países: Chile, Uruguai, Moçambique, Galícia, Portugal, Saarah Ocidental, Cuba e Canadá.

Como resultado da junção dos três idiomas, idealizamos uma marcha forte, com existência em mais países. Queremos uma marcha que todas as mulheres sintam-se representadas no feminismo que construímos, e principalmente uma Marcha com enraizamento local como forma de fortalecer as transformações mundiais;

Desafios:

1. Construir um movimento com todas as mulheres oprimidas;
2. Desmistificar a palavra feminismo para que todas se sintam construtoras do nosso movimento;
3. Inter-relacionar os campos de ação (Paz e desmilitarização, Autonomia econômica das mulheres, violência contra as mulheres, bens comuns e serviços públicos ) capaz de construir lutas e ganhos concretos na vida das mulheres.

Estratégias:
Aliança com os movimentos sociais anticapitalista e antipatriarcal, capaz de contaminar reciprocamente as bandeiras de luta;
Formação feminista e atualização dos conceitos da marcha a partir da carta das mulheres para humanidade;
Fortalecer nossa auto-organização com agendas local, nacional, regional e internacional;
Política econômica e financeira de auto-gestão da marcha.

Ação:
24 horas de ação pela paz, desde uma perspectiva feminista;
Campanha contra as transnacionais de minérios, entre outras.

Não podemos deixar de falar da comida que está sendo servida no encontro. Nossa alimentação está sendo feita por cooperativas, todas com produtos agroecológicos e sem a incorporação de produtos industrializados como corantes, glúten ou sódio. Hoje foi particularmente especial. Preparada por um grupo de mulheres sobrevivente da prostituição e da violência sexual.

O cardápio do dia foi um prato feito a base de peixe e ervas, chamado Kinunot com arroz produzido nas montanhas muito nutritivo e saboroso, acompanhado de verduras temperadas com a “vinga” da bananeira.

Alimentamo-nos de alternativas e transformações reais na vida das mulheres e na relação com a natureza.

Visibilidade: hoje apresentamos o vídeo da ação 2010 Brasileira que emocionou a todas, pela nossa coragem e organização.

*Por Conceição Dantas – integrante do CF8 e militante da Marcha Mundial das Mulheres