31 de agosto foi dia de mais um encontro auto organizado da Rede de Agricultoras Urbanas. Estiveram presentes 40 mulheres, entre agricultoras e técnicas de todas as partes da cidade de São Paulo. Da região sul, mulheres de Marsilac, da aldeia indígena Kalipety, de Gramado; da região norte, mulheres do Jardim Damasceno; da leste, as representantes da Associação de Agricultores da Zona Leste e do GAU; além das mulheres do centro, onde ocorreu a reunião, no prédio  da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

A rede, nomeada Rede de Agricultoras Paulistanas Periféricas, é auto gestionada e existe desde maio de 2018. É formada por mulheres agricultoras que produzem e comercializam alimentos saudáveis nas periferias da cidade, e algumas também trabalham com turismo rural de base comunitária. Além disso, a rede agrega gestoras públicas, pesquisadoras e técnicas, funcionando como articulação e espaço de socialização sobre assuntos como o acesso às políticas públicas e à terra.

As agendas das mulheres
Nesse dia, as mulheres compartilharam como foi a experiência de participar da Marcha das Margaridas. Além disso, as indígenas socializaram a importância da Marcha das Mulheres Indígenas e seu encontro com as margaridas: “foi muito importante ir e marchar com as outras mulheres. Temos que ficar conectadas para ajudar as parentes”, disse uma das participantes.

Também foram socializadas as agendas dos territórios e do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Faz parte dessa agenda, por exemplo, a participação na 8ª edição do Fórum Social Sul, um grande evento que acontecerá na zona sul de São Paulo entre os dias 29 de outubro e 02 de novembro.

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No período da tarde, as mulheres fizeram um exercício coletivo de cartografia social. A partir de mapas das regiões de São Paulo, elas identificaram as hortas, os pontos de comercialização, de compras de mudas, insumos e materiais que viabilizam a produção, e também os pontos de apoio, que são os locais e organizações que têm envolvimento com as atividades ou que são importantes para as pessoas seguirem vivendo como postos de saúde, creches etc.

A apresentação dos mapas foi um exercício importante para visualizar e compartilhar os parceiros da agroecologia nos territórios, as variedades de produção de acordo com a localização. É a partir desse olhar para os territórios que aparecem, também, outras questões como a dificuldade de acesso à terra, a especulação imobiliária e a perda das áreas ocupadas pela agricultura urbana pelas empresas.

A proposta é que esses mapas sejam alimentados com novas informações a cada encontro – o próximo encontro foi agendado para o mês de outubro.